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10 finais da Liga dos Campeões com times realmente carismáticos

Felipe Noronha

Neste sábado ocorre a final da Liga dos Campeões 2014/2015, com um Barcelona cheio de craques pelos quais pagaram muito dinheiro mais uma Juventus que parece pobre, mas não é: só não tem tanto gênio como do outro lado. O que importa é o futebol e tem tudo para ser um jogo divertido e bem disputado. Mas para quem torcer?

Usualmente, eu gosto de torcer para a zebra, quando é uma partida que não envolve meu time do coração. Há quem prefira torcer para o mais forte, ou para o da moda, e eu não poderia ficar mai contra quem pensa assim. Tá comigo e quer Juventus pela zebra? Ou que pelo menos o gol do título do Barcelona seja de alguém tão alternativo quanto o Belletti em 2006? Relembre 10 finais da Liga que foram assim para aquecer:

Gifs do Ney ilustrarão a lista porque é a primeira final dele e é isso aí.

Gifs do Ney ilustrarão a lista porque é a primeira final dele e é isso aí.

10. Real Madrid x Stade Reims – 1956 e 1959

Alguém pode olhar e pensar: ''STADE REIMS numa final de Liga e só aparece aqui em 10°?''. Sim, porque há de se levar em conta o contexto histórico. O Reims tem seis títulos franceses, todos naquela época. Ou seja: era uma potência local (algo tipo o PSG hoje, mas chegando em finais continentais, viu sheiks…). Não foi uma zebra ao acaso, um time que deu sorte na tabela uma vez e chegou. Foram duas finais em quatro anos. Mas enfrentar o Real de Di Stéfano automaticamente o fazia mais simpático no sentido zebra. 4 a 3 pro Real em uma, 2 a 0 em outra.

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9. Real Madrid x Partizan (1966)

Hoje em dia é usual achar pela internet quem tenta montar como seria a atual seleção da Iugoslávia se ela não tivesse se dissipado. Seria um timaço, é claro. Naquela época, ERA um timaço (foi à Copa de 62 e só não esteve me 66 por tropeços contra a Noruega nas Eliminatórias). Assim, é aceitável que um time de lá tenha alcançado a final, mesmo que, novamente, como zebra frente à um poderoso Real. Para quem gosta de surpresa, esse jogo foi triste: o Partizan abiu o placar já no segundo tempo, mas levou a virada nos 20 minutos finais, fechando em 2 a 1.

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8. Real Madrid x Eintacht Frankfurt (1960)

De novo o Real de Di Stéfano (e Puskas) acabando com a graça de algum time muito mais simpático. 127 mil pessoas, o maior público de uma decisão de Liga até hoje, viram 10 gols, a maior soma de tentos em decisões, três gols da zebra e… Uma goleada dos favoritos, acabando com nossa graça: 7 a 3.

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7. Real Madrid x Valencia / Bayern x Valencia (2000 e 2001)

O Valencia de 2000 e 2001 era muito divertido: Cañizares, Mendieta, KILY GONZÁLEZ, Claudio Lopes, Ayala, Albelda, Baraja, Aimar, JOHN CAREW… Deus, que times legais. Mas torcer para zebra é um parto: obviamente eles tremeram contra o Real, levando um baile de 3 a 0, e depois tremeram nos pênaltis para o Bayern, após empate de 1 a 1. Nunca mais o Valencia fez nada relevante em termos continentais, é claro.

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6. Porto x Monaco (2004)

José Mourinho, um dia, QUASE CHOROU (mentira) em uma entrevista ao lembrar de um mito daquele Porto de 2004: CARLOS ALBERTO (sim, AQUELE [vídeo abaixo]). Aquele Porto era demais: só português meia boca e brasileiro mais ou menos no elenco e foram campeões. O time tinha DERLEI, o supracitado C.A., Vítor Baía, Paulo Ferreira, Costinha, Nuno Valente, Maniche e para quebrar o domínio de nossa língua o glorioso BENNY MCCARTHY. Sim, esse time carisma puro foi campeão europeu. A Geração Playstation tem um colapso ao descobrir isso.

Os 3 a 0 na final desse time que era zebra estampado na testa de cada um dos jogadores foram em cima de outro que que conseguia a proeza de ser mais zebra ainda: o Monaco de ROMA no gol (h o r r í v e l), Evra garoto, ZIKOS, BERNARDI, ROTHEN (não, você não sabe quem é nenhum desses três) e que tinha como craques GIULY E MORIENTES. Deus do céu, QUE FINAL MARAVILHOSA. Volta 2004, volta Porto, volta Monaco, volta Grécia campeã da Euro, volta Once Calds campeão da Libertadores. 2004 eterno.

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5. Celtic x Inter de Milão (1967)

O único título de um time escocês na Liga foi bem no esquema zebra (aleluia zebras vencedoras!): a Inter tinha Fachetti, um dos maiores italianos de todos os tempos, Mazzola e tinha eliminado o Real Madrid no caminho. Já o Celtic, só com escoceses no time (e a gente sabe bem como escocês não se dá bem com bola), não tinha eliminado ninguém de nome, naquela que talvez seja a tabela mais tranquila da história de um finalista: Zurich, Nantes, Vojvodina-SER e Dukla Paraga-TCH. E a Inter havia ido campeã em 64 e 65. Ah, e mais!: McBride, um dos melhores escoceses, estava fora do jogo.

A Inter saiu na frente, logo aos 7 minutos, e aí resolveu voltar o glorioso catenaccio, retrancando tudo. O Celtic teve que inventar um jeito de atacar e conseguiu o empate na pressão no meio do segundo tempo. Faltando cinco minutos, a zebra se concretizou: chute de longe e gol do título por Chalmers, desviando no caminho. A festa do título foi naquele jeito zebra: ninguém sabia como comemorar, todo mundo só abismado correndo que nem louco e abraçando qualquer coisa que aparecia pela frente. Mas o Celtic curte coisas assim, como a imagem abaixo, da Liga de 2012, prova:

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4. Sequência de zebras se dando mal antes da glória (entre 1975 e 1978)

As quatro finais desse período foram muito tristes para quem curte a surpresa: Leeds United caiu para o Bayern (2 a 0), Saint-Étienne para os mesmos (1 a ), Borussia Mönchengladbach para o Liverpool (3 a 1) e Brugge para os mesmos ingleses (1 a 0). Tempos difíceis para torcermos pelo carisma, mas ao menos sempre havia uma surpresa na decisão, diminuindo a obviedade e chatice.

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3. Steaua Bucareste x Barcelona (1986)

De um lado o Barça. Ponto. Do outro um Steaua só com romenos no elenco. O Barcelona havia tirado Porto e Juventus. O Steaua, os gloriosos Vejle-DIN, Honved-HUN, Lahti-FIN e Anderlecht. A solução? Segurar o primeiro 0 a 0 da história das finais da Liga. E isso é legal demais, porque geralmente é na base de um esforço absurdo de retranca.

Nos pênaltis, o sonho de qualquer zebra: o goleirão Duckadam pegou os QUATRO PÊNALTIS do Barça. Aula. Dois gols convertidos e o Steaua se tornou o único time romeno da história a alcançar tamanha glória. Amor.

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2. Estrela Vermelha x Olympique de Marselha (1991)

Imagine se em dezembro a final do Mundial é COLO COLO x ESTRELA VERMELHA. Em 1991, foi. A Geração Playstation seria apenas lágrimas.

É claro que o sentido de zebra aqui é diminuído se olharmos para o futuro e vermos quantos jogadores haviam naqueles times: no Marselha perdedor, ABEDI PELÉ e Papin. No Estrela Vermelha (Crvena Zvezda, em sérvio), PROSINECKI, BELODEDICI (zagueirão romeno), Mihajlovic e Savicevic. Dane-se, é o ESTRELA VERMELHA campeão da Europa e isso é carisma demais. 0 a 0 mais pênaltis para consagrar os iugoslavos.

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1. Nottingham Forest x Malmö (1979)

Mas a maior final em termos de carisma fica com a decisão de 1979, entre o Nottingham Forest e o Malmö-SUE. Como não amar? E bem logo depois da sequÊncia citada acima de quatro finais com as zebras despachadas. Dessa vez não teve como evitar a ORELHUDA de ir para a mão de alguém simpaticíssimo.

O 1 a 0 simples dos ingleses, que seriam bicampeões no ano seguinte com outro placar simples sobre o Hamburgo, foi construído por um time muito bem montado pelo famoso Brian Clough, mas que tinha como destaque Peter Shilton no gol. Do outro lado, um time inteiro de suecos.

Se em 2015 fosse assim, eu desistiria de ser da Geração Playstation, se fizesse parte. Infelizmente, só a Juve pode nos salvar, principalmente se o gol do título for de alguém como o RUBINHO (não vai rolar, né?).

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